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Entre Colatina e São Gabriel da Palha, o levantamento preliminar do IPHAN identificou, em 2015, três bandas em atividade e uma parada. Em julho de 2019, os pesquisadores do Projeto de pesquisa com vistas ao registro do congo do Espírito Santo como Patrimônio Cultural Imaterial Nacional, Elisa Ortigão e José Otavio Name, foram conhecer as bandas da região.
Primeiro conversamos com o Mestre Izael, da Banda de Congo de Colatina Velha, parada desde 2014. Segundo o mestre, bastou ele ter se afastado um tempo, por problemas de saúde, para que o grupo se dispersasse; e tem sido difícil, agora, juntar o grupo novamente. A entrevista ocorreu no dia 12 de julho, em São Vicente, Colatina. Artesão e compositor, Izael tem muitas histórias para contar.
No dia seguinte, a equipe foi para Paul de Graça Aranha, distrito de Colatina, encontrar com a família do Sr. Germano Guedes, que vem comandando a banda de congo em nome de seu pai, Mestre Alcides Guedes, de idade avançada. Fomos tão bem recebidos, que até o aviso de indicação do lugar do encontro era um bilhete de boas vindas.
O relato de Germano é bem diferente do de Mestre Izael: a Banda de Congo de São Benedito de Paul é respeitada e querida pela comunidade, que deu o nome da falecida Rainha da Banda, Maria do Congo, à praça da cidade.
No domingo, dia 14 de julho, entrevistamos o Coordenador da Banda de Congo de Córrego Dumer, Clovis “Nonô”, sua esposa, Luzia, e alguns integrantes da banda. A região pertence a São Domingos do Norte, e a Comunidade de São Benedito de Córrego Dumer é formada de pequenos agricultores relativamente isolados em suas propriedades, mas unidos em torno da escola, da igreja e do congo.
Finalmente, na noite do dia 15, conhecemos a Banda de Congo de São Benedito de Novo Brasil, distrito de Governador Lindenberg. O Coordenador Jacimar explicou que, em sua banda, “coordenador” é a designação para mestre, o que acontece também em Córrego Dumer. Ao lado do Capitão Laudelino, a banda nos recebeu para uma reunião e uma apresentação:
O Projeto de Pesquisa “Identificação e Registro do Congo do Espírito Santo como Patrimônio Cultural Imaterial Nacional” (Patrimonialização do Congo do ES) foi criado através de uma parceria, via Termo de Execução Descentralizada, entre o IPHAN-ES e a Universidade Federal do Espírito Santo, com o apoio da FUCAM. Dá continuidade aos projetos “Saberes do Congo, saberes da Universidade”, da Prof.ª Elisa Ramalho Ortigão, e “O Congueiro”, do Prof. José Otavio Name, do Centro de Artes. Participam do projeto os bolsistas de pesquisa João Victor dos Santos e Daniel Zürcher.
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Publicado por ocongueiro
Fotógrafo e filmmaker. Produz documentários acerca do congo do Espírito Santo.
julho 21, 2019
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